Se há um tempo, mudar de emprego com frequência costumava ser considerado um ponto negativo no currículo dos profissionais, essa percepção vem mudando atualmente.
O job hopping, termo que se refere à prática de “saltar de um emprego para outro”, em tradução livre, ganha espaço à medida que as empresas passam a valorizar características como adaptabilidade, diversidade de experiências e busca por novos desafios.
Conforme dados do Ministério do Trabalho e da Previdência, os jovens brasileiros com idades entre 18 e 24 anos ficam menos tempo em seus empregos. Em 2020, cerca de 24,4% dos quase 10 milhões de pessoas nessa faixa etária permaneceram menos de três meses no mesmo cargo. Por outro lado, na faixa etária de 50 a 64 anos, aproximadamente 41,67% dos trabalhadores continuaram por dez anos ou mais em um mesmo emprego.
A geração mais jovem e com perfil digital, especialmente, além do salário competitivo e benefícios conhecidos como vale alimentação, refeição e transporte, valoriza a oportunidade de aprender, se desenvolver e ampliar seu leque de habilidades.
Essa tendência de curta permanência no trabalho por parte dos jovens não se limita apenas ao contexto brasileiro. Divulgado pela CNN, estudo da plataforma norte-americana de seleção CareerBuilder revela que a Geração Z (indivíduos entre 20 e 34 anos aproximadamente), em média, passa cerca de 2 anos e 3 meses no mesmo emprego. Enquanto isso, a média de permanência para a geração conhecida como baby boomers (nascidos entre 1945 e 1954) é de 8 anos e 3 meses.
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Por que os jovens permanecem menos tempo em seus cargos?
As novas gerações de profissionais estão rompendo com o padrão tradicional de ter uma carreira estável e de longo prazo em uma única empresa. Ao contrário, eles buscam uma trajetória profissional cheia de experiências diversas. De acordo com um estudo da Harvard Review, a média de permanência em um emprego para essas gerações é de cerca de dois anos.
As razões que levam os profissionais a adotarem o job hopping variam, mas destacam-se a busca por novos desafios, melhor remuneração e condições de trabalho superiores.
Isso porque, eles veem a mudança de emprego como uma forma de obter diferentes tipos de vivências e acelerar seu crescimento profissional. Além disso, a busca por melhores salários e benefícios também influencia essa prática, pois muitos profissionais percebem que podem ter avanços financeiros mais significativos ao mudar para novas oportunidades.
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Qual o perfil profissional de um job hopper?
A tendência do job hopping tem conquistado cada vez mais profissionais que preferem trabalhar por projetos em vez de se vincularem permanentemente a uma única empresa. Esses jovens, muitos deles ligados ao setor de tecnologia, já planejam seu próximo passo profissional desde cedo.
Segundo a Randstad, job hoppers possuem características como capacidade de aprendizagem contínua, facilidade de adaptação a novas situações, habilidades comunicativas e organizacionais desenvolvidas ao longo de suas trajetórias, projeção profissional e domínio do know-how acumulado. Essas habilidades permitem que eles sejam criativos, inovadores e ofereçam uma vantagem competitiva para as empresas.
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Vantagens e desvantagens em contratar esses profissionais
O job hopping apresenta tanto vantagens como desvantagens para as empresas, conforme informações destacadas pela Randstad e por artigos do portal Na Prática.org. Entre as vantagens, destaca-se a facilidade de atrair talentos, pois job hoppers geralmente buscam oportunidades nas empresas, facilitando as negociações. Além disso, sua produtividade costuma ser alta, uma vez que eles estão motivados por desafios e engajados no trabalho.
Esse perfil também acumula uma maior diversidade de experiências em relação a outros, o que lhes confere um amplo conhecimento em diferentes modelos de negócios. Esses profissionais têm ainda habilidades de gerenciamento de equipes, uma vez que não entram em conflito de interesses e se adaptam facilmente às mudanças. Além disso, geralmente possuem uma rede de contatos valiosa adquirida ao longo de suas trajetórias profissionais.
Existem, no entanto, desvantagens em contratar job hoppers. Uma delas é a falta de compromisso, uma vez que eles podem não desenvolver um senso de pertencimento à empresa. Além disso, sua constante mudança de emprego pode resultar em falta de especialização, já que eles não têm tempo suficiente para se aprofundar em determinada área.
Job hoppers também podem ter uma falta de visão de longo prazo, o que os torna menos adequados para projetos futuros. Por fim, a falta de segurança para a empresa em relação à duração de sua permanência é outra desvantagem a ser considerada.
Dessa forma, a percepção sobre o job hopping varia entre os empregadores. Portanto, é importante que a empresa avalie o ajuste cultural do profissional que está se candidatando, por exemplo, a fim de verificar se seus objetivos e perfil se alinham com a cultura organizacional.